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domingo, 25 de novembro de 2012

Esperança do Amanhecer



Filha dos sonhos vá agora,
Corra e abra a porta
Do velho carvalho sem demora.
O poente se aproxima
Escute os seus segredos
Onde a vida começa e não termina.
Dance até cair a última folha
Pegue o galho dourado,
Antes que a noite o recolha.
Corra, pois o tempo voa,
Atravesse de novo o portal
E siga até a margem da lagoa.
Pegue o galho prateado
Atravesse novamente o portal.
A Lua ilumina o caminho sagrado.
Corra, pois a barca lhe espera.
As sementes da esperança germinam
Despertando os Deuses na primavera.
Toque o seu coração
E abrace os seus sonhos.
A tua mão alcança além da ilusão.
Traga-o de volta,
Através da arte e do amor.
A Senhora benevolente
Revela-nos a força da magia,
Que hoje aqui se fez presente.
Abençoados por esta linda sintonia!
Rowena Arnehoy Seneween ®
Extraído do livro Brumas do Tempo

Templo de Avalon



Invoco toda a magia de Avalon,
Templo e morada dos Deuses celtas
Linha tênue que encobre esse breve frisson
Onde criaturas presentes permanecem ocultas.
Buscam o equilíbrio e resgatam a sagrada unidade
Através do éter misterioso dessa névoa de prata
Revolvem a terra para ativar a fertilidade
Espalhando gotículas de água em forma de cascata.
O fogo sagrado que expurga os tolos do caminho
E revelam os segredos de um transe ascendente
Alguns percebem e poucos entendem o torvelinho
Que nos envolve nesse sonho envolvente.
Palavras soltas ao vento, adentram os corações
Despertam emoções adormecidas, jamais esquecidas
Através da semente que em breve trará novas lições
Germinando uma era de esperanças renovadas.
Nesse abençoado universo paralelo e sagrado
Onde tudo é uma simples questão de tempo
Alinham-se às ondas quânticas, agora unificadas,
Ao eterno giro da roda sem nenhum contratempo.
Avalon, a terra dos campos verdes e do céu anil
Está muito além das brumas do tempo e da ilusão,
Onde mais uma vez, renasce de forma sutil
Nas águas cristalinas da fonte sagrada do coração.
Rowena Arnehoy Seneween ®
Extraído do livro Brumas do Tempo

Filhos das Estrelas



Vindos nas asas de Erin, pelas bênçãos de Dana
Mestres da magia, ouçam o nosso chamado
Mostre-nos a Lia Fáil, a pedra do destino soberana.
Pela espada de Nuada, seja a justiça equilibrada
Em nome dos nossos Deuses antigos
Que a lança de Lugh, proteja a nossa jornada.
Concedendo-nos a vitória sobre o orgulho desmedido
Que o caldeirão do Grande Dagda,
Transforme-nos num ser pleno e renascido.
Abençoando-nos com fartura e bem-aventurança
Pelos três reinos, apresentem-se hábeis filhos,
Tuatha Dé Danann, o código de honra, a nobre aliança.
Tanto nos montes e nas florestas abaixo da terra,
Façam-se presentes, através da vossa sabedoria,
Assim como, toda a terra acima dessa terra.
Possam nos levar adiante neste propósito maior,
No princípio da tua mais perfeita criação,
Sempre em benefício da criatura e do criador.
A luz que brilha na escuridão guiando o coração,
Salve os Filhos das Estrelas Brilhantes,
Esperança do amanhecer, a eterna promessa do verão!
Rowena Arnehoy Seneween ®
Extraído do livro Brumas do Tempo

As Faces das Deusas



A característica mais saliente das heroínas femininas épicas apresentarem múltiplas aparências, múltiplos rostos, múltiplos semblantes, geralmente três, tendo em consideração o número simbólico sagrado dos Celtas, o qual tanto se apresenta com a forma de tríade como de triskel, a tripla espiral que, girando à volta de um ponto central, simboliza por excelência o universo em expansão.
As heroínas aparecem, por isto, com inúmeras aparências e nomes, em diferentes épocas e em vidas sucessivas. Referindo-se em primeiro lugar à tríplice Deusa Brighid, que se diz filha de Dagda, e que vem a ser, nem mais nem menos que, a Minerva gaulesa de quem fala César. Deusa das técnicas, das ciências e das artes, que os cristãos recuperaram com o vocábulo de Santa Brígida, atribuindo-lhe a fundação do célebre mosteiro de Kildare, na Irlanda, antigo lugar de extrema importância do culto druídico.
Ora, esta Brighid é também, com o nome de Boann, a mãe de Oengus, o Mac Oc, que concebeu e deu à luz durante o espaço temporal da noite de Samhain, ou seja, simbolicamente, durante a abolição do tempo, a eternidade. Brighid encena a vida eterna e, o seu nome, derivado de Bo Vinda, "vaca branca", mostra bem até que ponto se encontra associada a um alimento inesgotável, o leite, elemento indispensável aos povos exclusivamente nômades e pastores, como era o caso dos Celtas. A simbologia do seu nome dará os seus frutos e Boann toma-se o rio Boyne (grafia moderna) que fecunda com as suas águas doces um vale verdejante ao redor do qual se situam os grandes outeiros feéricos, que são domínios dos Deuses. E se o nome Brighid (que significa poderosa, alta e luminosa) é extremamente significativo, Boann, representando a riqueza avaliada em cabeças de gado entre os Celtas, constitui a alma de uma sociedade onde predominam claramente as tendências ginecocráticas.
MorrighanO terceiro rosto de Brighid-Boann, o de Morrígane (genitivo de Morrigu ou Morrighan), filha de Ernmas, uma das personagens mais marcantes das tribos da Deusa Dana. O que nela melhor se evidência em particular na narrativa da Batalha de Mag-Tured, é o fato de se tratar de uma divindade guerreira temível para os seus inimigos durante os conflitos, enquanto exortava os guerreiros a combaterem com encabeçamento. O furor guerreiro de que ela dá provas abundantemente desdobra-se num furor sexual desabrido que a transforma senão numa divindade do amor, ao menos numa espécie de Deusa do erotismo. A fúria guerreira e a sexual andam assim a par e nos prolongamentos da epopéia celta encontram-se numerosas mulheres guerreiras que têm poderes mágicos e são especialistas na arte militar, ao mesmo tempo em que são iniciadoras dos futuros heróis, como é o caso, por exemplo, de CuChulainn.
O nome de Morrigane (Morrigu ou Morrighan) que significa "Grande Rainha" evoca o da fada Morgana das lendas arthurianas e do ciclo do Graal, tratando-se, em qualquer um dos casos, da mesma essência, ao mesmo tempo guerreira, sexual e mágica. A Morrigane da epopéia irlandesa toma muitas vezes o aspecto duma gralha ou corvo, chamando-se então, de Bobdh.
A analogia com Morgana é evidente, pois ela e as suas companheiras da Ilha de Avalon possuem precisamente o mesmo dom de se metamorfosearem. Além disso, é de crer que a mulher feérica que leva um ramo de macieira de Afallach ao herói Bran, filho de Fébal, antes de levá-lo a empreender uma estranha navegação, seja a própria Morrigane, embora o seu nome não seja pronunciado neste episódio. "Porque não havia de reinar a grande rainha nesta terra bem aventurada de frutos maduros durante todo o ano e onde não existe a doença, a velhice e a morte?" Seja como for, a ilha misteriosa de Ynys Afallach é o equivalente, quer linguístico, quer mitológico, da ilha de Avalon, a fabulosa Insula Pornorum para a qual convergem todos os fantasmas da humanidade sofredora.
Na epopéia celta, no entanto, o amor não é um sentimento isolado, fazendo parte das grandes mutações que se operam no universo, tudo se dirige, por entre as diversas peripécias psicológicas, para uma dimensão cósmica à qual ninguém consegue escapar. O que é posto em relevo é muito menos a natureza fatal da paixão amorosa do que a sua necessidade metafísica.
Existe muito a idéia, formada ao longo dos tempos, de que a epopéia não deixa nenhum espaço para a vida afetiva, para o estudo do comportamento psicológico dos heróis, cuja descrição permanece demasiada, por vezes, ao nível do exterior, estereotipada segundo as normas do gênero.
Naturalmente, as personagens - não os Deuses - das epopéias, são arquétipos carregados de significação simbólica, mas não deixam, por isto, de serem dotadas de reações humanas e, por causa disto, de vida interior. Há um aumento das qualidades, aumento que é indispensável para se pôr em destaque as ações fora do comum. E verdade que existe também uma simplificação destinada a inserir as personagens e as ações num determinado quadro acessível a um público que não compreende a profundidade e as sutilezas da psicologia.
Apesar disso, não se deve esquecer que os heróis são humanos, mesmo quando são apresentados como sobre-humanos. E tanto nas narrativas épicas da antiga Irlanda como nas da antiga Bretanha, são seres humanos que descrevem outros seres humanos que, ao atravessarem a vida, tanto passam por situações de incerteza, de angústia e de grande sofrimento como, por outro lado, também são capazes de viver grandes alegrias e de desfrutar de momentos de grande felicidade.
Para que o objetivo se realize, toma-se necessário que se viaje para as estranhas fronteiras do real, aí onde o sonho e a realidade formam duas vertentes duma mesma e única montanha. Que assim seja!

As crenças pagãs celtas


As crenças pagãs começaram a tomar forma na era paleolítica, aproximadamente há vinte e cinco mil anos atrás. Neste período, o ser humano era nômade, suas fontes de subsistência, basicamente, vinham da caça e da colheita. Além do mais, tudo era muito misterioso e assustador para eles, naquela época, como: o trovão, o sol, a lua e a escuridão.
O mundo era um lugar cheio de grandes perigos e forças estranhas, que deveriam ser temidas, respeitadas e reverenciadas. Com o tempo, o conceito dessas forças foi evoluindo para a idealização dos Deuses. Um dos primeiros e, considerado o mais importante Deus primitivo, foi possivelmente, Cernunnos, o Deus de Chifres, formando na mente do homem antigo, a idéia de um Deus da Caça com chifres, que simbolizava força e poder, erroneamente comparado ao "diabo" na visão judaíco-cristã.
Contudo, não era apenas de caçadas que a tribo sobrevivia, havia o grande mistério da fertilidade. As tribos precisavam perpetuar a espécie e de tempos em tempos, a barriga das mulheres crescia e, no final de algumas luas, surgia mais um novo membro para a tribo. No inicio frágil e pequeno, mas com o passar dos meses crescia, tornando-se um ser grande e forte, dando garantia e continuidade às futuras gerações.
Vênus de WillendorfA mulher era a chave de todo esse mistério, um ser enigmático, que além de sangrar todo mês, sem que viesse a falecer, era a responsável pela continuação do clã e pela alimentação dos seus recém-nascidos, com o leite do seu próprio corpo.
A partir dessa observação, surge então as Deusas da Fertilidade, dando origem às várias esculturas de figuras pré-históricas, como a famosa escultura de Vênus de Willendorf, destacando-se pelos seios enormes, o ventre volumoso e a vulva protuberante. Posteriormente, encontramos relatos sobre Dana com a Deusa soberana da terra, considerada a mãe dos Deuses irlandeses.
"Mesmo na guerra as Deusas são proeminentes na Irlanda. Deuses celtas e os heróis são freqüentemente chamados depois do nome de suas mães e não de seus pais, e as mulheres em grande parte dos contos irlandeses, desempenham um papel muito importante. As Deusas dão seu nome aos grupos dos Deuses, suas ações são livres e sua personalidade é claramente definida." J.A. Macculloch - A Religião dos Antigos Celtas.
Enfim, dentro do Paganismo Celta, como uma religião politeísta que honra diversos Deuses e Deusas, não existe o conceito de apenas uma única deidade ou de uma deusa e um deus. Temos a visão da natureza como a Grande Mãe, sendo a personificação das Deusas da terra, que para nós, é a fonte criadora de toda a vida, de onde tudo veio e para onde tudo retornará, inclusive, os Deuses. Que assim seja!

A Deusa


Na Wicca o Deus é visto como o Sol, o fertilizador, o nutridor e protetor. E naturalmente a Deusa é considerada como associada com a lua, misteriosa, suave e mutável. Essas são as versões mais comuns de culto ao Casal Divino que encontramos em nossa religião.
Muitas tradições consideram que antes de tudo havia o Uno e que este Uno em um dado momento se dividiu e criou a Deusa e o Deus. Nós entendemos que o Uno era a Deusa. Ela é o caos infinito que existia antes de tudo existir, o útero negro da existência, a matriz primordial de todas as coisas.
A Deusa existia antes de tudo e sua primeira criação foi o Deus, seu oposto complementar, seu filho e consorte. Entendemos que a Deusa e o Deus representam o equilíbrio entre as forças de Caos e Ordem, Transformação e Forma.
Nossa Deusa é sim uma Deusa de amor, de compaixão e de paz. Mas é também a ceifeira que vem nos tirar da vida quando nossa jornada nela terminou e a destruidora que tira o que deve ser retirado para dar espaço ao novo. E ela é também a Senhora do Submundo, guardiã do mundo dos mortos. Ela é aquela para cujos braços vamos ao final de cada dia e ao final de cada vida, do sono surgimos renovados, da morte surgimos renascidos. Ela é então aquela que nos concede o descanso e a renovação. E o reencontro, a cada vida, com aqueles que amamos.
Entender a Deusa é entender a lua e sua influência na nossa vida. Como a lua, Nossa Deusa tem faces e fases. Na Lua crescente ela é a Donzela, a Senhora dos Começos, ela é jovem, cheia de vida e disposição. É também a guerreira, a amazona e a Valquíria. Ela é aquela que protege as crianças e filhotes e todos os sonhos e sementes. Na Lua Cheia ela é a Mãe, a Amante, a Senhora da Plenitude. Ela é fértil, plena, cheia de força e poder. Ela é a sexualidade sagrada, a luz que brilha e ilumina a tudo e a todos. Ela governa a maternidade, a proteção e a abundância. Na Lua Minguante ela é a Anciã, velha e sábia, Senhora do Conhecimento e da Sabedoria. Ela rege a magia, os oráculos e é aquela que nos leva aos portais da morte, seja a morte física ou a morte de um aspecto nossa utilidade se esgotou. E por fim, na Lua Negra, ela é a Senhora do Submundo, senhora das sombras, dos sonhos e visões, senhora da escuridão completa da noite.
Ela é a própria lua que iguala as coisas, pois sob sua luz tudo é vago e indefinido. Por isso não existe classificação ou rótulo. E por isso ela é libertadora, pois as pessoas não precisam ter medo de mostrar quem são pra ela. Sob a luz difusa da lua as coisas de mesclam e nada é completamente medido, definido ou decifrado. Sob a luz da lua nossa mente racional não encontra o que medir, quantificar ou classificar e por isso precisamos nos abrir à nossa intuição e seguir o caminho baseado, não que podemos ver, mas no que podemos sentir. Ela é o instinto e é também a entrega ao instinto.
Ela é também a mãe que sofre com suas crianças e por elas, mas que sabe que a criança precisa aprender a andar pelas próprias pernas, a cair e levantar novamente. Ela nos dá colo e conforto, mas não nos poupa das lições que precisamos aprender, daquilo que precisamos viver para crescer, não importa o quão doloroso isso seja. A Deusa nos ensina que para termos sucesso em algo, precisamos nos entregar àquele algo. E isso naturalmente nos aproximará do nosso objetivo.
Ela é a senhora da sexualidade sagrada, do amor libertador e dos prazeres do corpo e da alma. Ela é a entrega, o desejo, a libertação das amarras, do receio que nos prende aos nossos problemas. A Deusa é libertadora e vem mostrar que tudo é mais fácil, mais certo e mais suave quando paramos de lutar contra nós mesmos e aceitamos que algumas coisas devem mudar e mudar agora. E que depois de cada final, há sempre um novo início.
Ela então é o grande oceano, para onde fluem todos os rios, que mostra que não há fim para nossa busca, pois onde um rio termina, começa toda a vida do oceano e este é, também cheio de rios e correntes. A Deusa nos mostra que tudo é cíclico, se você não conseguir algo hoje, haverá uma nova chance amanhã, uma nova oportunidade, uma nova porta aberta – se você tiver a coragem de se descascar da velha pele e ousar deixar de ser rio para ser mar.
Naelyan Wyvern

O DEUS




Na Wicca a Deusa é considerada como associada com a lua, misteriosa, suave e mutável. E naturalmente, o Deus é visto como o Sol, o fertilizador, o nutridor e protetor. Essas são as versões mais comuns de culto ao Casal Divino que encontramos em nossa religião.
O Deus é aquele que vive em função de seu povo. Ele renasce constantemente do útero da Deusa para originar aquele que o sucederá. Ele é o próprio sol, que morre a cada ano para dar descanso à terra e o pão que comeremos como uma celebração do seu sacrifício. Ele é a criança da promessa, que vem ao mundo para nos dar esperança de que tudo será melhor, de que o inverno cessará e de que a dor terá um fim.
É impossível não estabelecer um paralelo entre a temática solar do Deus pagão com o Deus cristão. E para os que estão começando na bruxaria, não é fácil desassociar as divindades.
Nosso Deus é sim um Deus de amor, de compaixão e de paz. Mas também é um guerreiro que caça para alimentar seu povo, o amante apaixonado, o senhor das florestas escuras e o guardião do portal do mundo dos mortos. E apesar de as temáticas entre nosso Deus e o Deus cristão serem semelhantes, elas são contraditórias em muitos pontos, principalmente quanto à sexualidade. Por isso dificilmente você verá bruxos cultuando o Deus cristão.
Entender o Deus é entender o sol e sua influência na nossa vida. Nosso Deus é alegre e célebre da vida. Ele é a dança, a música e a felicidade de se viver. Como o sol, que ilumina e aquece, o Deus traz seu poder fertilizador para nossas vidas e sua luz para clarear idéias e afastar nossos medos. Ele é o senhor do instinto animal e ao mesmo tempo o engenheiro do universo.
Ele é a própria luz que dá definição e clareza pras coisas, mas que também torna as sombras ainda mais visíveis e definidas. Por causa disso, o Deus é aquele que separa as coisas entre certo e errado, bem e mal, eu e você. Sob uma luz forte, tudo se define e tudo pode ser classificado. Sob a luz do sol, tudo pode ser entendido, medido e quantificado. Ele é a racionalidade e a busca por ela.
Apesar disso ele é o grande caçador que se desespera em não conseguir sustentar seu clã e prover sua família. E deixando de lado seus medos e seus anseios, ele se veste com peles e chifres do animal que caçará e penetra na manada sem ser percebido. Vestindo-se de sua presa, o caçador passa a ser também a caça. O Deus nos ensina que para termos sucesso em algo, precisamos antes de tudo nos tornar aquele algo. E isso naturalmente nos aproximará do nosso objetivo.
Ele é o senhor da sexualidade sagrada, do amor libertador e dos prazeres do corpo e da alma. Ele é a perda do controle, das amarras, do receio que nos prende aos nossos problemas. O Deus é libertador e ele vem mostrar que tudo é mais fácil, mais certo e mais suave quando paramos de lutar contra nós mesmos e aceitamos que algumas coisas só podem ser mudadas em seu tempo certo. Ele então é o Deus dos rios, que mostra como devemos nos entregar à corrente e esperar o momento de sairmos dela e voltarmos à terra firme.
O Deus é o juiz que vê o crime pelos olhos do condenado. Ele é o grande pai que sabe que precisa impor limites, caso contrário suas crianças nunca aprenderão que cada coisa tem seu tempo. Ele é o ditador de normas e o construtor de regras. O Deus sabe que se não houver ordem, nada pode crescer. E é por isso que ele é rigoroso, com o próprio sol, que sempre retorna mesmo depois do pior inverno. Mas ele também é o calor gostoso e aconchegante que nos aquece quando temos frio.
Nós, pagãos, não tememos nenhum aspecto de nosso Deus. Nós aprendemos a amá-lo e a respeitá-lo pelo o que ele é, por todas as suas faces. Não por que seremos castigados se não o fizermos, mas por que o sentimos como parte de nós. Como parte da criação.
Dentro da Tradição Caminhos das Sombras nós nos enfocamos em seu papel como o oposto complementar da Deusa, consorte amado e guardião. Juntos, Deus e Deusa são mais do que a soma das partes. E nos mostram isso ao criar tudo o que existe em uma dança sagrada de êxtase. Eles formam não apenas o casal sagrado, mas tudo o que existe e um dia existiu ou existirá.
Dylan Siegel

A DEUSA CAILLEACH



Rainha da Tempestade

Cailleach fala:
 
Meus ossos são frios, meu sangue é ralo.
Eu busco o que é meu. O busco o que ainda não foi semeado. Eu busco os animais para cavernas quentes e mando meus pássaros para o sul. Eu ponho meus ursos para dormir e mudo o pelo de meus gatos e cães para algo mais quente. Meus lobos me guiam, seu uivo anuncia minha chegada. Os cães, lobos e raposas cantam a canção da noite, a serenata da Anciã, a minha canção.
Eu disse sim à vida e agora digo sim à Morte. E serei a primeira a ir para o outro lado.
Eu trago o frio e a morte, sim, pois este é meu legado. Eu trouxe a colheita e se você não colheu suas maçãs eu as cobrirei de gelo. Após o Samhain, tudo o que fica nos campos me pertence.

Cailleach é a própria terra. Ela é as rochas cobertas de musgo e o pico das montanhas. Ela é a terra coberta de gelo e neve. Ela é a mais antiga ancestral, velada pela passagem do tempo. Ela é a Deusa da Morte, que deixa morrer tudo o que não é mais necessário. Mas é tb ela quem encontra as sementes da próxima estação. Ela é a guardiã da semente, a protetora da força vital essencial ao ressurgimento da vida após o inverno. Ela guarda a própria essência do poder da vida. Ela é o poder essencial da Terra. Nos mitos Celtas Ela representa a Soberania sobre a terra e um rei só podia reinar após realizar o casamento sagrado com Ela, que representa o Espírito da terra.

Cailleach é uma das maiores e mais antigas Deusas da humanidade. Ela é um aspecto da Deusa como a Anciã, principalmente na Escócia. Um derivativo de seu nome, Caledonia, foi dado àquele país. Seu nome, assim como seu título de Mãe Negra, é muito próximo ao nome Kalika, um dos títulos de Kali. Alguns estudiosos acreditam que ambas sejam derivadas de uma Deusa ainda mais antiga, talvez uma das primeiras expressões da face negra da Deusa já cultuadas pela humanidade. Ela foi e é conhecida por inúmeros nomes: Cailleach Bheur or Carlin, na Escócia; Cally Berry ou Cailleach Beara, na Irlanda; Cailleah ny Groamch, na ilha de Man; Black Annis, na Bretanha e Digne, no país de Gales, todas equivalentes a Kali.

Cailleach também é considerada uma outra forma das Deusas Scathach e Skadi. Na Irlanda ela era conhecida como uma divindade que podia trazer e curar doenças, principalmente de crianças. O nome Caillech significa mulher velha, bruxa ou mulher velada. Sua imagem velada a relaciona com os mistérios de se conhecer o futuro, particularmente a hora da morte de cada um. Nas lendas Medievais ela era a Rainha Negra do Paraíso, aquela a quem os espanhóis chamavam de Califia; a palavra Califórnia vem deste nome.

Cailleach rege o céu, a terra, o Sol e a Lua, o tempo e as estações. Ela criava as montanhas com as pedras que carregava em seu avental, mas também trazia aos homens as doenças, a velhice a morte. Ela era também um espírito protetor dos rios e lagos, garantindo que eles não secariam. Ela controla os meses de inverno, trazendo o frio, as chuvas e a neve. Mas um de seus principais títulos é Rainha da Tempestade, pois com seu cajado ela trazia e controlava as tempestades, particularmente as nevascas e furacões.

Cailleach é a guardiã do portal que leva à parte escura do ano, iniciada no Samhain e é invocada nos rituais de morte e transformação. Nos mitos da troca de poder entre as faces da Deusa ela recebe o bastão branco dos meses de luz e o torna negro para os meses de trevas, devolvendo-o à Donzela no Imbolc. Em alguns mitos diz-se que Ela retorna à terra no Imbolc, tornando-se pedra para acordar somente no próximo Samhain.

Como Seu nome não aparece nos mitos escritos da Irlanda, mas apenas em histórias antigas e nomes de lugar, presume-se que Ela era uma divindade pré-celta, trazida pelos povos colonizadores das ilhas Britânicas, vindos do leste Europeu, possivelmente da Índia. Ela era tão poderosa e amada que mesmo quando os recém chegados trouxeram suas divindades, como Brigit, Cailleach ainda continuou sendo lembrada.

Apesar de ser considerada uma Deusa Anciã, Ela é quase sempre representada com um rosto jovem, mostra de seu poder de se rejuvenescer constantemente. Ela possui um aspecto Donzela parecido com Diana, sendo a protetora dos animais selvagens contra caçadores. Ele protege principalmente o cervo e o lobo, assegurando bandos saudáveis. Há um mito antigo que conta que os caçadores oravam a Cailleach para saber onde encontrar os cervos e quantos matar. Ela os guiava para a aqueles que podiam ser mortos, desobedecê-la trazia sua fúria, em forma de ataques de alcatéias para a vila dos desobedientes.

Ela também possui um aspecto Mãe, sendo aquela a quem as mães pediam que curasse seus filhos das doenças do inverno. O Gato é um de seus animais sagrados. Em algumas lendas ela toma a forma de gato para testar o caráter das pessoas. Em sua forma humana, ela costumava ir de casa em casa no inverno pedindo abrigo e comida. Os que a acolhiam contavam com sua eterna bênção e proteção e os outros eram amaldiçoados e não atravessam o inverno incólumes. São também sagrados para ela o corvo e a gralha.

Seu rosto é azul e seus cabelos sempre são representados soltos e brancos, escapando de seu manto e capuz. Ela carrega um caldeirão em uma das mãos e um cajado na outra. Seu cajado ou bastão lhe conferia o poder sobre o tempo, fazendo dela uma das Deusas mais importantes para a manutenção da vida no planeta. Ela é também uma Deusa associada à crua honestidade e à verdade, doa a quem doer.
Ela também aparece como uma mulher velha que pede ao herói que durma com ela, se o herói concorda em dormir com ela, ela se transforma em uma linda donzela.

O Livro de Lecam (cerca de 1400 E.C.) alega que Cailleach Beara era a Deusa da qual se originaram os povos da região de Kerry. Na Escócia ela representa a personificação do inverno, nasce velha no Samhain e fica cada vez mais jovem até tornar-se uma linda Donzela no Beltane.

O contato com esta Deusa nos ajuda a redescobrir a soberania sobre nossa própria vida, um tipo especial de poder e confiança. Cailleach, violenta como pode parecer, vive em todos nós. Ela nos traz a sabedoria para deixar ir aquilo de que não mais precisamos e manter as sementes do que está para vir. Ela vive no limite entre a Vida e a Morte.

Naelyan Wyvern

WiCCA - deusas das águas que correm

Vou Banindo

Wicca - O circulo esta aberto

terça-feira, 13 de novembro de 2012


Eu pedi Força á Deusa,
E Ela deu-me Dificuldades para me fazer forte.

Eu pedi Sabedoria á Deusa,
E Ela deu-me Problemas para resolver.

Eu pedi Prosperidade á Deusa,
E Ela deu-me Cérebro e Força muscular para trabalhar.

Eu pedi Coragem á Deusa,
E Ela deu-me Perigo para superar.

Eu pedi Amor á Deusa,
E Ela deu-me pessoas com Problemas para ajudar.

Eu pedi Favores á Deusa,
E Ela deu-me Oportunidades.

Não recebi nada do que eu quis
Mas recebi tudo o que precisei

SAÚDE


Este alerta está colocado na porta de um espaço terapêutico:

O resfriado escorre quando o corpo não chora.
A dor de garganta entope quando não é possível comunicar as aflições
O estômago arde quando as raivas não conseguem sair.
O diabetes invade quando a solidão doi.
O corpo engorda quando a insatisfação aperta .
A dor de cabeça deprime quando as dúvidas aumentam
O coração desiste quando o sentido da vida parece terminar .
A alergia aparece quando o perfeccionismo fica intolerável.
As unhas quebram quando as defesas ficam ameaçadas.
O peito aperta quando o orgulho escraviza.
O coração enfarta quando chega a ingratidão.
A pressão sobe quando o medo aprisiona
As neuroses paralisam quando a "criança interna" tiraniza
A febre esquenta quando as defesas detonam as fronteiras da imunidade.